Organização internacional lança campanha de alerta sobre as conseqüências para os animais usados em atividades de turismo.
09/10/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:55am
9 de outubro de 2014 – A World Animal Protection, organização internacional que trabalha pela proteção dos animais, lançou, no início deste mês, uma campanha de conscientização para alertar as pessoas sobre as crueldades e os maus-tratos a que são submetidos animais silvestres utilizados em atividades de turismo.
“Muita gente pensa que montar um elefante ou passear com leões seja uma atividade inofensiva. Mas a verdade é que o processo de domesticação de animais silvestres, a ponto de torná-los seguros durante a interação com humano, envolve crueldade desde o início. Separação do convívio com sua espécie desde filhotes, reprodução em cativeiro, confinamento em locais inadequados e castigos físicos são alguns dos problemas que ocorrem normalmente nesse processo”. Esse é o alerta disponível no site da Proteção Mundial Ambiental, organização não governamental (ONG), que é o braço brasileiro da entidade internacional.
A World Animal Protection/Proteção Animal Mundial escolheu o Dia Mundial dos Animais, celebrado em 4 de outubro, para divulgar a campanha, que tem como foco os turistas. Aproveitou também para anunciar o resultado de uma pesquisa online sobre a percepção do público em relação ao problema. De acordo com o levantamento, feito entre 21 e 27 de agosto deste ano em 14 países, incluindo o Brasil, quase a metade (48%) das 13 mil pessoas entrevistadas relatou ter vivido alguma experiência com animais silvestres em passeios turísticos e que o fizeram por “amor aos animais”.
Números no Brasil
A pesquisa aponta que, no Brasil, 48% dos entrevistados participaram de atividades turísticas com animais por “diversão” e 45% o fizeram por “amor aos animais”. Para a maioria esmagadora dos brasileiros entrevistados (86%), a visita a aquários é aceitável, sendo que 65% avaliam que mergulhar com golfinhos também é. Já 28% afirmaram que pagariam para ver animais silvestres durante as férias, mesmo se fosse em cativeiro.
Segundo o diretor de programas para América Latina da World Animal Protection, Ricardo Mora, o estudo mostra que o público brasileiro ainda não entendeu o sofrimento imposto aos animais pelas atividades de entretenimento. “…os brasileiros precisam saber a verdade por trás do turismo com animais antes de agendar as próximas férias. Quem ama os animais silvestres quer vê-los na natureza”. Participaram do levantamento mil brasileiros entre 16 e 54 anos.
Números no mundo
Dados da pesquisa com os 13 mil entrevistados de vários países revelam que a percepção de crueldade com os animais silvestres varia de acordo com a atividade: 68% acham que mergulhar com golfinhos é uma atividade aceitável e 53% têm a mesma opinião sobre o ato de montar em elefantes; um entre cada dez entrevistados considera aceitável comprar produtos de origem animal, como souvenires; e mais de um terço (35%) avalia como aceitável tirar uma foto com um tigre ou macaco.
Já 85% concordam que animais silvestres pertencem à natureza e 75% discorda da obtenção de lucro por meio do entretenimento, quando há algum tipo de sofrimento para eles.
Participaram da pesquisa os seguintes países: Austrália, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido, Índia, Holanda, Suécia, Tailândia, Estados Unidos, Nova Zelândia e África do Sul.
Para mais informações sobre a pesquisa acesse o site da World Animal Protection/Proteção Animal Mundial, que é parceira do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) na divulgação da Campanha Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Selvagens.
**CRÉDITO da foto: World Animal Protection
Assessoria de Comunicação do CFMV